domingo, 11 de agosto de 2013

20 e poucos anos....

Estou na melhor época da minha vida. A dos 20 e poucos. Depois que terminamos o colegial, abre-se um leque de oportunidades, uma nova fase batendo na porta, uma vida completamente novinha em folha.  Um novo livro para você rabiscar a vontade. Claro que vem muito conflito por ai, a cada dia. Sei que a  época preferida costuma ser a infância, só que na infância não temos consciência do mundo e não temos 'permissão' para andar com as próprias pernas. Já nessa época é que nos descobrimos, nos permitimos, damos a cara a tapa. O primeiro emprego, primeiro namorado sério, primeiras viagens, a aula de volante, primeiro carro, primeiras baladas, bebedeiras, porres, sexo, paixões avassaladoras, as loucuras, os segredos, desejos ocultos, dor de corno, dor de amor, o rock, a dor forte no coração por ver as pessoas partirem, os amigos se distanciando, novos amigos, os brinquedos no fundo do quintal, sendo doados para um outro alguém, o lugar onde ficava sua bicicleta, o parque onde você brincava e andava de patins, ,a solidão, novos desafios surgindo, os estudos, a faculdade, o cursinho, o curso de francês, o treinamento, o vestibular, o concurso público, o intercâmbio, as viagens pelo mundo, você se descobrindo a cada dia, as decepções, as raivas, as tristezas, a depressão, os pânicos, o choro engolido, o choro soluçado, as conquistas, o suor, a felicidade, os beijos descompromissados, a opção sexual, os novos gostos musicais, a mudança de pensamento, os caminhos a serem descobertos, o novo rolo, o ajuntamento, o relacionamento aberto,  a realização de fantasias, o amor, o noivado, o casamento, os filhos, a mudança de casa, mudança de vila, mudança de vida, as mil e umas responsabilidades, o corte de cabelo, o novo emprego, o sucesso profissional, os barzinhos, shows, as festas, os aniversários, a reunião de família, o encontro dos melhores amigos do colégio.... É nessa época que  acreditamos em algo, e no segundo depois, mudamos de opinião, para depois mudarmos novamente. Nos descobrimos e escolhemos quem queremos ser e o que queremos da vida, com muita dificuldade e indecisão chegamos lá. Olharemos para trás e sorriremos porque saberemos que tentamos, usufruímos das oportunidades, vivemos uma época repleta, para entramos nos 30 com uma bagagem gigantesca e muito mais força de vontade para vencer e fazer da nova etapa a melhor possível ainda. Obrigada meus 20 e poucos anos, sou grata desde já por tantas possibilidades na minha frente. Prometo aproveitar cada momento dessa época que é a mais especial, pois é nessa época que somos e sentimos que podemos fazer tudo, porque somos eternamente jovens, e infinitos.

Fazer amor

Fazer amor... Fazer amor tem algo de fazer sexo, agora fazer sexo nem sempre tem algo de amoroso. Aquela garota do condomínio, mais uma noite está lá. Perdida em seus esquecimentos, em suas roupas com cheiro de vodka. Em sua maquiagem borrada. Lembra de estar na balada com suas amigas, lembra de se enroscar com um cara que fazia seu coração disparar. Alguns drinks e logo depois está ela acordando em um apartamento desconhecido, em uma cama que não é a sua. Sozinha. Será que isso vale a pena? Será que não seria mais gostoso ter aquele cara que te deseja profundamente dos pés à cabeça, não como um objeto e sim como um desejo, um pedaço do paraíso que ele quer pertencer? Faz falta aquele sexo com gosto de paixão, onde o cara se importa, onde você sabe que nesse momento não teria lugar melhor pra estar do que ali.  Alguns são fãs do sexo casual e são felizes assim, eu particularmente sou fã de fazer amor, aquele amor com A maiúsculo, aqueles que você não tem vontade de parar nunca, aquele que o parceiro te conhece como ninguém, sabe os seus gostos, as suas manias e faz questão de te ver satisfeitíssima. O encaixe das maãs não eh nada perto do encaixe do corpo. Você sabe, sente, que aquela pessoa é a chave perfeita para te deixar nos céus. O problema é que não é tão fácil achar um desses, eu sei. E às vezes o desejo fala mais alto, bem mais alto. Compensa a hipótese de  esperar pra ver quem possa aparecer nessa espreitada, valera a pena se você é fã de dormir de conchinha sem ter hora para acordar, e se vai querer aguardar uma ligação no dia seguinte.Talvez possa achar esse amor escondido nos sexos por ai, mesmo sexo não sendo sinônimo de amor. 

Sexta à noite

Conheci ele na sexta-feira à noite tomando um cappuccino na padaria mais próxima. Eu não queria sair este dia, mas sabe quando bate a deprê e você precisa respirar um ar, ver gente? Foi isso que eu fiz. Estava chovendo, eu deveria ter ficado em casa. Mas como sempre fico em casa quando chove, resolvi me desafiar, peguei um guarda chuva meio quebrado e lá fui eu, a pé, 15 minutinhos de caminhada, cheguei lá com o cabelo todo úmido e a barra da calça molhada, não, não teria como eu estar bonita nessa noite. Sentei numa mesa vaga, próxima a dele. Olhei rapidamente o cardápio e pedi um chocolate quente. Chegou aquela hora chata de ficar esperando o seu pedido, olhar no relógio, mexer no celular, observar as pessoas, observar a pessoa que estava próxima de mim... Foi ai que percebi que ele estava concentrado em seu jornal, parecia muito culto, com o óculos de armação escura, olhar concentrado. Fiquei imaginando o que ele estava lendo, se seria algo que valesse a pena tamanha concentração, certeza que seu capuccino já havia acabado. De longe, ele era o cara mais interessante dali. Suas mãos pareciam firmes, reparei que não usava nenhuma aliança, seu corpo era reto, ele não era malhado e nem magro, era na medida certa, devia ser uns 6 anos mais velho que eu. O ar exalava o perfume dele, forte, excêntrico. E eu, quase sem querer, exalei o cheiro, e me senti mais próxima dele. Não sei explicar a sensação, isso nunca aconteceu comigo antes, eu estava interessadíssima em alguém que apenas vi, não troquei uma palavra. Eu desviava o olhar às vezes, com medo de ficar muito na cara tamanho interesse. Será que ele estava percebendo? A garçonete chegou com a bandeja, entregou a mim um cappuccino e algo para o cara interessante. Quando olhei, vi que não era meu chocolate quente, antes de eu subir meu olhar, a voz dele veio em minha direção: - Acho que trocaram- disse, abrindo um sorriso gigante, mostrando seus dentes enfileirados, brilhantes. Eu apenas pude rir e concordar com a cabeça, entregando o cappuccino e pegando meu chocolate. Ele disse um sorreto obrigado, e eu o agradeci também. Bebi meu chocolate sem virar a cara para ele, não sabia o que fazer, estava sem reação. Se eu perguntar as horas, ou fingir que ele se parece com um amigo, fica muito na cara? Talvez eu deva da uma de louca e puxar um assunto: Você vem sempre aqui? Ou melhor, derrubar chocolate nele, putz, que acidente! Ou apenas devo jogar uns olhares, afinal, olhar não mata ninguém. Meus pensamentos são cortados pelo movimento dele se levantando e simplesmente indo embora. Quando me dei conta do que tinha acabado de acontecer, ele já estava a metros de distância. Depois disso nunca mais o vi, nunca irei saber se ele era gay, se era comprometido, se não tava afim de mim ou se era tímido demais.... droga!